Oficina Pintando Histórias Gregas

No mês de junho, oferecemos a Oficina ‘Pintando Histórias Gregas’, inspirada na exposição em cartaz ‘Ecos do Olimpo: Deuses e Mitos na Coleção Eva Klabin’.

A atividade propõe aos participantes um exercício de escuta, imaginação e representação a partir da observação de vasos gregos. Através de uma experiência de pintura em grupo, a oficina convida à leitura atenta das imagens, ao diálogo e à compreensão de que a história se constrói de forma coletiva por intermédio de múltiplos olhares e interpretações.

Descrição:

Das pinturas realizadas na Grécia Antiga, pouco restou. O principal legado visual desse período nos chegou por meio da cerâmica — especialmente vasos utilizados tanto no cotidiano quanto em práticas religiosas e funerárias. O estilo geométrico, desenvolvido entre 900 e 700 a.C., é o mais antigo documentado. Caracteriza-se por padrões abstratos — como zigue-zagues, círculos concêntricos e motivos em faixas horizontais — que cobrem a superfície das peças. A partir do final do século VII até o VI a.C., surge a técnica das figuras negras, em que cenas, muitas vezes mitológicas, são pintadas em preto sobre o fundo claro da argila. Os detalhes são gravados na tinta, revelando a cor do barro. Por volta de 530 a.C., esse método é substituído pelas figuras vermelhas, processo inverso em que as figuras mantêm a tonalidade natural da cerâmica enquanto o fundo se torna escuro, permitindo maior precisão no desenho, especialmente na representação dos gestos e da anatomia.

Essas imagens são fontes valiosas para o conhecimento da cultura grega, oferecendo registros visuais de rituais, práticas sociais, narrativas heróicas e jogos atléticos. Entretanto, é importante considerar que muito do imaginário associado ao “ideal grego” foi moldado posteriormente pelos romanos, que produziram cópias e releituras das obras originais. Foram essas versões, muitas vezes adaptadas a outros contextos, que garantiram a sobrevivência de certos modelos estéticos e simbólicos até os dias de hoje. Nosso entendimento da Grécia Antiga, portanto, é atravessado por distâncias temporais, culturais e geográficas. A história que reconstruímos baseia-se em fragmentos interpretados e reinterpretados por diferentes vozes ao longo do tempo.

Com base nessa reflexão, esta oficina propõe um exercício de escuta, imaginação e representação. Em grupos, as crianças sortearão a imagem de um vaso. Um dos participantes será responsável por descrever verbalmente a cena observada, enquanto os demais criarão uma pintura com base na descrição recebida. Ao final, as produções serão comparadas com as imagens originais, estimulando a percepção das aproximações, diferenças e interpretações surgidas durante o processo.

Mais do que uma atividade de criação, trata-se de uma experiência que convida à leitura atenta das imagens, ao diálogo entre os participantes e à compreensão de que a história se constrói de forma coletiva — por meio de múltiplos olhares, traduções e camadas de sentido.